quinta-feira, 21 de maio de 2015

Frente Parlamentar pelo Controle Populacional de Animais

Vanguarda Abolicionista participa de reunião da Frente Parlamentar pelo Controle Populacional de Animais

Foto: Ellen Augusta Valer de Freitas


Presidida pelo deputado Gabriel Souza, a Frente Parlamentar pelo Controle Populacional de Animais Domésticos da Assembleia Legislativa do RS fez sua primeira reunião nesta quinta-feira, 21 de maio. O parlamentar, que é veterinário, apresentou dois projetos de sua autoria - a Política Estadual pelo Controle Populacional de Animais Domésticos, sobre superpopulação, abandono e maus-tratos, e a Escola Amiga dos Animais, para adoção e guarda responsável em educandários estaduais. A Vanguarda Abolicionista tomou parte na mesa, representanda pelo seu diretor Marcio de Almeida Bueno, além da diretora Ellen Augusta Valer de Freitas. Em sua fala, o ativista frisou o combate ao comércio de filhotes. "Muitas vezes é o primeiro animal de estimação de uma criança, e ela já aprende que é um produto, uma coisa que se compra. Enquanto isso, os abrigos estão lotados de cães e gatos que não têm direito a uma nova chance", discursou. Participaram autoridades de várias cidades, ONGs de proteção, simpatizantes e Patrulha Ambiental da Brigada Militar.



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sábado, 9 de maio de 2015

texto para o DIA DAS MÃES

Dia das Mães, ponto

Por Márcio de Almeida Bueno, direto da Vanguada Abolicionista



Se o Dia das Mães – aquela mesa arrumada, todos com fome – serve para comemorar a ligação afetiva entre fêmeas e seus filhotes, é porque se reconhece esta união mesmo após o rompimento do cordão umbilical. No entanto, os animais que são vistos por muitos justamente como seres 'instintivos, ponto', não recebem esse benefício do reconhecimento de uma afinidade maior e muitas vezes longa entre mãe e filho. Pela lupa míope do especismo, a mãe humana é sagrada – inclusive com desdobramentos religiosos – e recheada de virtudes, cabendo aos adoradores manter a escravidão e morte de mães não humanas que, por azar, foram elencadas como 'de serventia'.

Então a compreensão se divide em duas, sendo correto pensar que comparar mãe e filho com porca e porquinho é ofender a humana. Vaca, cadela, galinha, porca, égua, macaca – comumente usados no linguajar chulo para rebaixar a mulher, e se aplicado à mãe de alguém pode redundar em briga ou processo por danos morais, tão em voga atualmente.

Mas o cuidado é o mesmo, o sentimento, a dor pela separação, o terror da morte, a defesa incondicional. E não, não vou arrolar casos de mães que jogam bebês na lata de lixo, que silenciam e não percebem o abuso dos filhos por padrasto etc. – porque o objetivo aqui, senhores chatos veganofóbicos, não é diminuir ninguém. Isto já é feito há milênios pela humanidade tola e tosca, colocando os animais lá embaixo, os Morlocks que Deus-alguma-coisa enviou para servir os que são iguais a si – o que abre dúvidas em relação à empatia para com o sofrimento alheio. Mas esta é outra conversa.

A ideia é equiparar aqueles que, sencientes, percebem no filhote um semelhante que, por enquanto, necessita da proteção, alimentação vital e olho atento, enquanto a idade adulta não chega. Há diferenças, claro, como em tudo que existe, e diferença nunca foi motivo suficiente para se aceitar a submissão e o 'poder fazer à vontade'. Prova é que foram caindo, um a um, os alicerces do preconceito contra estrangeiros, negros, mulheres, crianças, infiéis, indígenas, homossexuais, portadores de deficiência mental. Todos eles diferentes, na aparência, do "macho adulto branco sempre no comando" – Caetano Veloso – que, vejam só, cunhava nas tábuas da verdade as leis ditadas pela divindade, compulsória para todos, e obviamente dura lex para quem estivesse abaixo do legislador.

Hoje são os animais não humanos, que nada podem fazer contra as leis que regulam, autorizam, normatizam sua exploração, sua criação, abate, testes científicos, 'lazer' cultural/tradicional, puxar-lhe leite, puxar-lhe ovos, esfolar, capturar com anzol ou sufocamento, confinar, manter em jaulas ou gaiolas, vivisseccionar, dar tiros, obrigar a cumprir trabalhos forçados – e o que mais a imaginação humana inventar como capricho, enquanto não é proibido.

Então o Dia das Mães, como outras datas, celebra o egoísmo de uma espécie, que ultraja as demais, e ainda sacraliza as que geram filhotes – desde que seja dentro dos limites da espécie. Fora dela, vaca ou cadela 'é puta, ponto'.



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