sábado, 27 de novembro de 2010

Fotos: RSantini
sexta sem pele

A Esquina Democrática, mais famoso cruzamento de ruas de Porto Alegre, palco de manifestações de diferentes matizes, viveu na tarde desta sexta-feira, 26 de novembro, as emoções de uma Sexta-Feira Mundial Sem Pele. Evento que ocorre simultaneamente em centenas de países, registrou ações no Brasil por parte do Holocausto Animal, em São Paulo, e pela Vanguarda Abolicionista, na Capital gaúcha. Diversos banners de tamanho grande mostraram de forma nua e crua a indústria das peles – incluíndo aí o tradicional couro, que muitas vezes passa despercebido e tem no RS um tradicional produtor.

sexta sem pele

A Vanguarda Abolicionista levou para o calçadão do Centro portoalegrense um total de 23 de seus apoiadores, inclusive dois do Paraná, ligados à ONCA. Um dos ativistas da VAL ficou apenas de sunga, jogado no chão e coberto de sangue falso, atraindo a atenção dos milhares de passantes.

sexta sem pele

Cerca de dois mil impressos de conscientização contra o uso de peles foi distribuído durante a tarde, além de panfletos diversos – com a barraca do grupo enfeitada por um velho casaco de peles pichado de tinta. A ocasião também permitiu a coleta de assinaturas contra a importação de girafas para o Zoológico de Sapucaia do Sul, dentro do movimento Lugar de Animal, coalizão da qual a Vanguarda faz parte.

sexta sem pele

A maioria dos populares se mostrou surpreso com a verdade de violência contra os animais denunciada pela ação. "Eu mesmo trabalho no ramo de peles, mas as 'coisas' chegam prontas para a gente, nem sabia que era assim que faziam", confessou um senhor de meia-idade, ao ser abordado. Muitos também foram os que pediram informações sobre o uso de couro vegetal, materiais sintéticos e fibras naturais. "Não come carne, não fuma, não bebe, não joga, não trepa… se mata!", deobochou um idoso que mal escutou as propostos de um dos manifestantes e já decreteu seu conceito equivocado.

sexta sem pele

Mas centenas de outros – inclusive a banda argentina Boom Boom Kid, que passou pelo local – parabenizaram pela atividade pedagógica, e pela coragem de fazê-lo, em meio a um Estado exportador de pele de chinchila e de couro bovino, entre outros.

Galeira de imagens

sexta sem pele
sexta sem pele
sexta sem pele
sexta sem pele
sexta sem pele
sexta sem pele
anti-fur

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

peles

por Marcio de Almeida Bueno

As pessoas aí – mesmo as ruminantes de carne – se chocam com os vídeos da indústria de peles, e nem daria para não se chocar mesmo, mas mantêm o couro só no sapatinho. Até hoje nao entendi porque a bifurcação mental entre animais fofos e peludos – e de certa forma distantes, e a vaca que capota no cimento do matadouro. Sim, antes que gritem os chatos, eu sei dos deatlhes sórdidos e criativamente cruéis que envolvem esta ou aquela atividade em específico, mas daí estaríamos caindo barranco abaixo em direção ao bem-estarismo, do tipo 'se meu remorso for menor, pode tá?'.

E a coisa nao é assim. É preciso pensar que, em princípio é uma pele animal que cobre o sapato, segura as calças para não caírem ou 'protegem contra o frio', conforme justificativa de praxe. Então se aceita uma pele daquele animal ali, o gordo com chifres e meio pateta, mas não do fofo e ágil, com talento para virar desenho animado.

O cheiro de couro ao passar em frente a uma loja 'especializada' me embrulha o estômago.

E esse couro foi tratado e processado até perder sua, digamos, aparência de animal. Tal como os nuggets ou a mortadela, coisa que se come mas não traz a cara de quem, tocado por Midas ao contrário, virou alvo do tesão gastronômico. E quem arrota preocupação com o meio-ambiente sustentável deve estar sempre gripado, com 'dariz endupido', toda vez que passa pore região onde tenha curtume. E toda a água intoxicada, metais pesados a go-go, é encanada e enviada para Marte, claro. "An, mas couro é natural, sintético é que faz mal", como já ouvi de uma subgênia ao receber um panfleto anti-couro.

E, no entanto, essa gente vira a cara na hora de assistir a um vídeo – mas a vida é ao vivo – de morte de bichinhos fofos para que a J-Lo ou o 50Cent tenham onde gastar o dinheiro que ganham com sua, tipo, 'arte'. Quem acha que estou valorizando menos o sofrimento dos arminhos, martas e outros animais que 'dão sua pele para aquecer os humanos', que me encontre em qualquer Sexta Sem Pele.

Vejam que falei da MORTE de um animal, não falei de sua desgraçada vida dentro de uma gaiola, retirado da natureza para ser ingrediente das planilhas de cálculo de exportação. É necessário fazer um insight e pensar no que é acordar todo dia em um quadrado de grades, tendo como opção comer, cagar, dormir ou girar no próprio eixo.

OK, tem humano que faz apenas isso durante toda sua existência e ainda se considera o degrau final do darwinismo, mas não é esse o ponto.

A questão é que esfolar terceiros para ter um calçado, etc, mais resistente – em tese, moçada, em tese – é uma escolha do sistema apresentada em dois de seus altares sagrados – a indústria e o comércio. Em não havendo 'de couro' de um dia para o outro, o povo vai espernear por um tempo, os formadores de opinião vão dizer o que o patrão mandar por um tempo, mas depois todos vão marchar felizes usando calçado feito de _________. Mais barato e resistente.

E, se imagino, poluindo apenas TANTO QUANTO antes, o tal meio-ambiente sustentável puxa-voto. Mas para isso, os especistas esdão zempre de dariz endupido, diacho!

Fonte: ANDA

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

 
Fotos: Marcio de Almeida Bueno
girafa

 

Na tarde deste domingo, 31 de outubro, o movimento 'Lugar de Animal é em seu Habitat Natural' aproveitou o início da 56ª Feira do Livro de Porto Alegre - maior feira de livros a céu aberto das Américas – para marcar presença. Representantes de algumas das dezenas de ONGs que fizeram coalizão em prol das girafas se reuniram na entrada da feira, na Sete de Setembro. Os ativistas realizaram maciça panfletagem, dado o fluxo constante de milhares de pessoas, com recolhimento de assinaturas contra a importação de girafas para substituir as que morreram no Zoológico de Sapucaia do Sul.

 

girafas

 

A manifestação teve grande respaldo popular, apoiada pela recente cobertura da Imprensa e pela ágil difusão do caso na Internet. Centenas de pessoas diziam estar acompanhando o caso das girafas, fazendo questão de incluir seus nomes no abaixo-assinado. Outras muitas ficavam surpresas ao saber da seqüência de mortes dos animais.

 

girafas

 

Crianças recebiam adesivos com motivos ligados ao movimento, enquanto os pais ouviam as explicações dos ativistas. Alguns, pela primeira vez, tomavam conhecimento das idéias abolicionistas e refletiam sobre a proposta de liberdade aos animais, ao contrário das atuais relações ditadas pela humanidade.

 

girafa

 

As assinaturas serão formalmente protocoladas junto à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, responsável pelo Zôo de Sapucaia - que já adiou a decisão sobre a importação de girafas da África, depois da mobilização popular. Quem quiser endossar o documento, poderá fazer também na versão online, disponível em www.lugardeanimal.com.